quarta-feira, 30 de maio de 2007

Gestão das Zonas Verdes

Como todos sabemos, ao mesmo tempo que foram feitas as obras de urbanização nas diferentes AUGIs, foram também criados espaços de lazer mais conhecidos como zonas verdes ou jardins e até parques para as crianças.

Infelizmente nenhum destes espaços públicos tem manutenção e o que assistimos é ao crescimento de ervas, mato, etc. e da consequente degradação dos mesmos.
Naturalmente, tratam-se de espaços públicos, pelo menos nas AUGI's que já viram o seu processo de urbanização terminado e entregue à Câmara, sendo da responsabilidade da autarquia proceder à sua manutenção e arranjo.
Até certo ponto é compreensível que da parte da C.M.S. não existam actualmente recursos humanos sempre disponíveis e a "olhar" para a Lagoa (apesar de já há muito o merecer), mas é urgente encontrar uma forma de resolver a situação.
Assim, pensou-se numa solução para a gestão das zonas verdes na Lagoa de Albufeira e está em curso o estudo de um protocolo entre a LIALA e a autarquia onde o objectivo é a LIALA efectuar a gestão dos trabalhos através de fundos injectados pela autarquia (tal como é o seu dever) . Este protocolo tem o objectivo de garantir o tratamento e a manutenção das zonas verdes, caminhos, etc. incluidos na zona de urbanização.
Para já, as ex-AUGIs, ou seja as AUGIs que já viram o processo de urbanização terminado e entregue à Câmara vão brevemente beneficiar deste novo protocolo. Com o passar do tempo e regularização do processo de urbanização de todas as AUGIs chegará a vez de toda a área da Lagoa de Albufeira ser abrangida por este protocolo.
Mais informações e pormenores acerca deste assunto serão conhecidas num futuro próximo, estando a serem feitos todos os esforços para que quem saia a ganhar seja a população e não interesses de pessoas ou entidades.
No entanto quero alertar os responsáveis para que não se esqueçam de algumas AUGIs e em sequência dos moradores que pagaram e contribuiram com tudo aquilo que lhes foi exigido e que obviamente querem ver os seus direitos cumpridos.
Refiro-me nomeadamente à AUGI13 que há muito que tem o seu processo de urbanização finalizado (obras), mas que por motivos estranhos e erros alheios ainda não viu marcada a escritura final que ratifica a passagem de avos para metros quadrados. Por outras razões também não divulgadas, esta mesma AUGI, apesar de ter pago os contentores do lixo e que se encontram guardados num armazém da Câmara, os mesmos ainda não foram colocados nos devidos locais criados para o efeito e por isso não é feita a recolha do lixo naquela zona.
Ao que parece a AUGI13 também não beneficiará para já do referido protocolo. Porquê? É mistério... se calhar é por ser 13 o número do azar.

domingo, 20 de maio de 2007

Melhorias no acesso à praia

Estamos em Maio e o Verão caminha a passos largos! Ainda bem, pois estamos todos ansiosos por umas merecidas férias onde desejamos fugir ao stress diário da cidade.
Infelizmente esse stress vivido na cidade continuou presente nas pessoas que o ano passado frequentaram a praia da Lagoa de Albufeira, pois as condições de acesso e permanência na praia eram (e continuam a ser) medíocres.
Felizmente, ao que parece e por influência de entidades e pessoas competentes que lutam pela melhoria das condições comuns a todos os habitantes, existe a vontade de melhorar esta situação. Ao que consta, mas que carece de confirmação oficial, a Câmara Municipal de Sesimbra até ao inicio do Verão vai avançar com alguns ajustes que visam melhorar a marginal da Lagoa. Entre esses ajustes conta-se a criação de uma saída alternativa aos automóveis de forma a que a entrada e saída dos mesmos não seja efectuada pelo mesmo sítio e o aumento do número de lugares para estacionamento, entre outros. Naturalmente aguardamos com toda a ansiedade que estas intenções passem a realidade.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Artigo no Jornal de Sesimbra (Abril 2007)


Lagoa de Albufeira ou Pântano de Albufeira?
Com o objectivo de melhorar a qualidade da água e controlar a eutrofização de forma a que no Verão todos nós possamos gozar de uns valentes e divertidos mergulhos, é necessário proceder, anualmente, à abertura da lagoa por meios mecânicos.
Este procedimento consiste em criar uma barra de mar que gera um forte fluxo de descarga rasgando o canal através do cordão arenoso, tornando-o mais amplo e profundo. Todavia, este canal fecha naturalmente algum tempo depois. Esta intervenção (que começou pelo menos no século XV através de enxadas e bois), consiste em remover areia do lado interno da barreira e abrir depois uma estreita ligação ao mar. Então, este forte fluxo de descarga, que se gera em baixa-mar devido ao desnível existente entre as cotas dos planos de água lagunar e oceânico, rasga o tal canal amplo e profundo através do cordão arenoso. Segundo estudos de entidades competentes, devido ao tipo de agitação marítima local, existe um fluxo de areias ao longo da praia, dirigido preferencialmente para sul, que é responsável pela reconstrução da barreira quando nela se abre a barra de maré. Consequentemente, a barra funciona apenas durante um período variável, de semanas a meses.
A abertura da barra promove a renovação completa da água no interior da lagoa que adquire temporariamente características fisico-químicas idênticas às da água oceânica. Pelo contrário, em situação de barra fechada, os aportes de água doce aumentam a profundidade do corpo aquoso e, devido a diferenças de densidade, gera-se uma coluna de água estratificada, com acumulação de água salgada nas zonas mais profundas e salobra ou doce à superfície. O oxigénio dissolvido nas camadas mais profundas é rapidamente consumido, gerando-se anoxia junto ao fundo.
É assim mandatório que anualmente, no equinócio da Primavera, se proceda à abertura da lagoa, de forma a aumentar as possibilidades de sucesso e tempo de abertura. Espera-se que ao proceder à abertura a maré encha o suficiente de forma a lagoa ficar limpa o mais rapidamente possível através da renovação da água, trocas sedimentares e de nutrientes, aumento de biomassa e capacidade de auto-regulação, pois o areal não permite a entrada e a saída dos peixes e de marisco.
A abertura da lagoa tem uma importância inqualculável, pois a mesma possui um elevado valor ecológico, turístico e recreativo e também económico traduzido na produção de mexilhão em jangadas. A comunicação com o Oceano é, pois, fundamental para a manutenção da qualidade da água da lagoa, e de todo o ecossistema associado.
Em 2006 a lagoa fechou ao mar no Natal e desde essa altura que a mesma se tornou num autêntico pântano até se efectuar uma nova abertura. Isto deve-se à poluição e descargas químicas provenientes da Carrasqueira. Tudo isto se agrava mais, pois infelizmente e apesar da urbanização da Lagoa de Albufeira estar a ser construída de raíz, a ETAR Meco/Lagoa não tem data marcada de inauguração e assim todos os detritos escorrem para a lagoa.
As consequências são simples: morte de todo o marisco (mexilhão, berbigão e ameijoa), degradação da qualidade da água e dos solos. Se estivesse aberta, as correntes de água dissipavam os detergentes que aqui ficam aglomerados e os desastres provocados pela poluição não seriam irreversíveis. Infelizmente, nos tempos que correm, a água tem qualidade no Verão, mas ao fechar deixa de ser limpa pelas marés e transforma-se num lago poluído, numa fossa!
O facto é que a lagoa não foi aberta, tal como é tradição, na 6ª Feira Santa e de acordo com as marés apenas dia 16 ou 20 de Abril se procederá ao inicio dos trabalhos. Já há cerca de 500 anos que a Ordem de Santiago recomendava a abertura da lagoa, mas agora é da responsabilidade do I.C.N. – Instituto da Conservação da Natureza e da Câmara Municipal de Sesimbra que por sua vez gerem este tipo de trabalhos. Em 2006, o I.C.N. cruzou ou braços e foi a autarquia que avançou com a obra. E agora em 2007 parece ser novamente a autarquia a avançar... até quando vamos continuar com esta situação?
É de uma enorme melancolia assistir a estes “fenómenos” que destroem a nossa “Lagoa Azul” e que podem ser evitados. No Inverno, a Lagoa apodrece e morre e se nada de concreto se fizer nos próximos anos vamos deixar de ver a lagoa tal como a conhecemos hoje.
Como apodrece no Inverno não é possível rentabilizar esta maravilha que temos a felicidade de tentar preservar. A lagoa não pode apenas estar “viva” e de qualidade no Verão, mas sim todo o ano.
Resumindo, para resolver o problema da poluição é aconselhavél que a barra de maré seja aberta quantas vezes necessárias durante o ano, mas como a reabertura frequente da barra conduz ao aumento da taxa da sedimentação local e consequentemente ao assoreamento da lagoa, porque não estudar-se um projecto para que fique aberta permanentemente? Naturalmente que uma solução para ajudar a resolver toda esta catástofre é a finalização da construção da ETAR e colocá-la a funcionar, pois este facto resolveria uma grande parte da poluição existente. Se assim é, porque não se avança com esses projectos e obras?